sábado, 3 de maio de 2008

Poesia Margem!

Pois estar superexcitado ainda é estar insatisfeito.Seu êxtase era o êxtase calmo da perfeição atingida,a paz,não da simples saciedade e do nada, mas sim da vida em equilíbrio das energias contrabalançadas.Uma paz rica e viva.Ela estava completa,tornara-se perfeita,ainda mais que simplesmente ela mesma.

trecho do livro Admirável mundo Novo,pag 104 da segunda edição, terceiro parágrafo.
abraços B.K.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

sexta-feira, 28 de março de 2008

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo : "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.

Fernando pessoa

sábado, 8 de março de 2008

Homen Comum



Sou um homem comum
de carne e de memória
de osso e esquecimento.
e a vida sopra dentro de mim
pânica
feito a chama de um maçarico
e pode
subitamente
cessar.

Sou como você
feito de coisas lembradas
e esquecidas
rostos e
mãos, o quarda-sol vermelho ao meio-dia
em Pastos-Bons
defuntas alegrias flores passarinhos
facho de tarde luminosa
nomes que já nem sei
bandejas bandeiras bananeiras
tudo
misturado
essa lenha perfumada
que se acende
e me faz caminhar
Sou um homem comum
brasileiro, maior, casado, reservista,
e não vejo na vida, amigo,
nenhum sentido, senão
lutarmos juntos por um mundo melhor.
Poeta fui de rápido destino.
Mas a poesia é rara e não comove
nem move o pau-de-arara.
Quero, por isso, falar com você,
de homem para homem,
apoiar-me em você
oferecer-lhe o meu braço
que o tempo é pouco
e o latifúndio está aí, matando.

Que o tempo é pouco
e aí estão o Chase Bank,
a IT & T, a Bond and Share,
a Wilson, a Hanna, a Anderson Clayton,
e sabe-se lá quantos outros
braços do polvo a nos sugar a vida
e a bolsa
Homem comum, igual
a você,
cruzo a Avenida sob a pressão do imperialismo.
A sombra do latifúndio
mancha a paisagem
turva as águas do mar
e a infância nos volta
à boca, amarga,
suja de lama e de fome.

Mas somos muitos milhões de homens
comuns
e podemos formar uma muralha
com nossos corpos de sonho e margaridas.

Ferreira gullar

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

"Tem gente que passa a vida inteira
Travando a inútil luta com os galhos
Sem saber que é lá no tronco
Que está o coringa do baralho"

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Só para loucos por Herman Hesse

“(...) para, afinal, ser capaz de tentar o salto no desconhecido, teria um lobo da estepe de defrontar-se algumas vezes consigo mesmo, olhar profundamente o caos de sua própria alma e chegar à plena consciência de si mesmo. Sua existência enigmática revelar-se-ia então para ele em toda sua invariabilidade e ser-lhe-ia impossível para sempre no futuro escapar do inferno de seus impulsos e refugiar-se em consolos filosóficos e sentimentais. Seria necessário que o homem e o lobo se conhecessem mutuamente sem falsas máscaras sentimentais, que se fitassem nos olhos em toda a sua nudez. Então explodiriam ou se separariam para sempre, de modo que não voltariam a existir lobos da estepe ou chegariam a bons termos à luz nascente do humor.É possível que Harry tenha um dia esta última possibilidade. É possível que um dia aprenda a conhecer-se, seja porque receberá nas mãos um dos nossos espelhinhos, seja porque alcance o Imortal ou talvez encontre num dos nossos teatros mágicos aquilo de que necessita para libertar sua alma desgarrada. Mil possibilidades o esperam, seu destino as atrai irremediavelmente, pois todos esses solitários da burguesia vivem na atmosfera dessas mágicas possibilidades. Basta apenas um nada para que se produza a centelha”.
Meus irmãos, sábado 13:35, uma grande expectaviva, abro o peito rasgo minha alma em pedaços e me refaço por inteiro, distribuo entrelinhas...vivo...meus irmãos venho aqui para lhes dedicar minha saudades. Aqui sou o cara que fica, nao sei até quando, mais sou o cara que fica por aqui, procuro algo que ainda nao descobri, mais continua essa procura. Fico aqui puxando a expectativa pelas mãos, sei que ainda resta esperança...E expectativa e esperança tão ali, andam quase de mãos dadas. Sinto uma saudade imensa, meu peito grita, minha alma geme...Saudades de irmãos...Irmãos com pensamentos, com sonhos, com uma mundo d possibilidades, com um mundo de procura...Hei B.K, to na maior expectativa d começarem as aulas, expectativa da mais humana das possibilidades, afinidade, pessoas que olham na mesma direção culturalmente, humanamente...Ah meus irmãos, meus nobres irmãos, eis que nossa caminhada começou, nossos passos sempre para frente, mais sabemos que juntament com esses passos viram o sabor dos nossos momentos, suculentos momentos de intensidade plena, de vivência, de esperança, momentos onde o silêncio era uma afirmação....Meus nobres, fico por aqui...mais saibam que sempre volto, lobos sao raros e loucos...acima de tudo irmãos...

Saudades sempre... abraços Nill

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Queridos amigos lhes ecrevo para poder transmitir parte do que passei nas últimas semanas.
Fui à Buenos Aires novamente porém, sozinho. Fascinante. Viver uma cultura diferente é como começar novamente sua história e vivê-la com mais intensidade. E o mais interessante não é só conhecer pouco a língua hispânica, ter dificuldades para conversar sobre política (já era difícil em poruguês...) e sobre o clima, mas perceber os sutis gestos de um povo.
Como tudo é diferente acabamos permanecendo atentos a tudo e a todos, das pequenas às grandes coisas. Meus amigos, como é difícil imitar alguns fonemas... desde quando não sinto isso? Cinco, seis anos de idade?
O fascínio pela nossa grande Mãe Latina e a pequena parcela que posso compreender de sua complexa personalidade torna-se maior a cada viajem. Em cada conversa sobre o Rio da Prata, no vento minuano que gela o rosto mas nunca o sentimento conhecemos suas entranhas de rica fauna e flora de desertos e pampas secas e úmidas apaixonantes até o último grão de sal.
Grandes abraços! Grandes saudades!
Torovich.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Carta aos lobos

Quero aproveitar esse espaço hoje de uma maneira diferente.Falo agora diretamente com os meus nobres amigos lobos através dessa ``carta eletrônica´´.
Começaram as minhas aulas e mando boas notícias,estou conhecendo possíveis ``francesitas´´ e possíves lobos que estão me dando esperança de encontrar pessoas realmente diferentes e especiais, pessoas que efetivamente mudam o mundo ao seu redor.E essa esperança me deixa cada vez mais vivos.
Mando um fraterno abraço e de nosso ja velho 2007 tenho saudades e boas lembranças.Quando vejo ja mergulhei em profunda nostagia.
Estou passando por algumas experiências peculiares oque é normal devido a mudança ocorrida de um ano para outro.Mas do mesmo jeito, é muito angústiante que os seus sonhos são considerados como ``papinhos idealistas´´,principalmente, pelas pessoas que você mais gosta e tinha grandes expectativas de que as idéias vibrariam na mesma frenquência.Quando isso ocorre tenho a nítida impressão que uma chama invisível destrua algum orgão interno meu, e que aos poucos vou criando a forma que a sociedade quer nos moldar.Mas no segundo seguinte, lembro que a viagem que nos fizemos só tem o caminho de ida porque o de volta é totalmente impossível, errado,incoerente e inadimissível.
Quando nos tornamos lobos da estepe nunca o deixamos de ser.
Suplico a vocês que continuem postando, é muito confortante para mim!
E por último quero dizer que a cada dia tenho mais certeza de que sempre vale a pena levar a vida com um olhar poético e romântico.Distribuindo amor à ódio, compaixão à indiferença e humanização a sociedade cega que só enxerga os lucros e dividendos.
Desejo a vocês boas vibrações e experiências ótimas.Tenham a certeza de que são raros,verdadeiros lobos.

Saudades e lembraças lupinas B.K.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

O Medo

Medo de escuro, medo da chuva, medo de ser , medo de não ser,medo de errar,medo de ir e medo de rir.
Vivemos da sociedade do medo.
Ja falava Maquiavel que é preferível o príncipe ser temidodo que ser amado.
O medo nos molda, da forma, consome, arde, infla e CONTROLA.
A insdústria do medo,constrói muralhas, pessoas frias,alienacão em meio a arames farpados.
Esse inimigo invisível foi alimentado através das gerações nas conversas cotidianas, no primeiro bloco dos telejornais, e nas páginas sangrentas dos jornais impressos.E hoje é uma grave epidemia.

B.K.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

No meio de imagens sobrepostas,idéias confusas, horizontes de miopia ,dúvidas pertinentes e pertinentes pensamentos fumegantes.
Todos temos algumas certezas.
Uma das minhas, é a contemplação do bem supremo.
Considerando todas as hipóteses e variações o melhor caminho, sempre será o do meio.
Cultivemos o Bem ,o Bom e o Belo pela mistura certa de prudência e do prazer.
E ainda assim não teremos mais certezas e apenas menos dúvidas.

B.K.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Hino à arte


Domingos Oliveira

Toda vez que se inaugura um palco, os Deuses do Teatro ficam contentes e festejam.Não porque ganharam um novo templo, são Deuses humildes, não querem ser adorados.Nem gostam.Mas porque sabem que assim os homens ao redor serão mais felizes. Terão ali a oportunidade rara de assistir a própria grandeza, de ver espelhada ali a sua própria grandeza.Ali serão vividas grandes amizades e amores.Ali todos trabalharão juntos, criando acontecimentos que jamais ocorreriam sem o palco.O palco sabe que não é apenas tábuas no chão.Que é um gerador de significados.Ali é o lugar onde a imaginação ficará livre, sendo a imaginação o único campo em que um homem é realmente livre.Ali serão discutidos os problemas da comunidade, porque o palco sempre foi a melhor tribuna.Ali, homens diante de homens falarão de sua alma.Discutirão e compartilharão alegrias e tristezas como se fossem um só.Trabalharão alegremente por um mundo melhor e mais solidário.Inaugurar um teatro é criar uma ilha de liberdade.De lucidez.De solidariedade (nada une mais as pessoas do que o teatro).Não é somente um local de diversão.É isso também.

Mas, principalmente, é um lugar de reflexão, de descoberta, da revolução e do encontro com o outro.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Dis-curso

Aceno
Acesso
Entro
Portas fechadas!
Corredores
Atletismo
Discurso
Direto
Diz curso...
Falas
Inteiras
Escorrem
Pelas bocas caladas...
Palavras
Ligeiras
Bocas vazias
Almas nuas...

N.P saudades meus nobres